quinta-feira, 10 de maio de 2007

Se bem me lembro foi assim...





07:45 era a hora marcada para o ponto de encontro, tínhamos um comboio para apanhar às 08:00. Três rapazes prontos para uma aventura. Na mochila ia o essencial para um dia bem passado com as belas “sandochas”, água, batatas fritas, toalha e um baralho de cartas. Entre nós um chapéu e o único objecto que não podia faltar... a bola. Como sempre corríamos como loucos para não perder o comboio e comprar antecipadamente o bilhete (nem sempre acontecia e por vezes saiamos noutras paragens para comprar o bilhete, acontece). No comboio era a galhofa total com belas conversas e uma boa cartada, ganhando sempre aquele que mais batota conseguia fazer. Chegando ao Quebedo, caminhávamos o mais rápido possível para o ferry, passando por “familiares” desconhecidos... “Ali é a casa de alguém!”.

No ferry sentamo-nos calmamente com o sol nas nossas costas e a brisa quente nas nossas caras... discutimos coisas triviais, como é costume. Avistamos Tróia e rapidamente dirigimo-nos para o portão para evitar a confusão. Fazemos a caminhada da praxe entre a hotelaria do local, “por caminhos pouco explorados”, mas mais rápidos. Chegamos finalmente ao nosso spot, aquele onde vemos a figueirinha e deixamos de avistar a cidade (pelo menos, tanto quanto possível), olhamos à nossa volta para vermos onde deixar a tralha (local ideal – onde houver mais raparigas, sozinhas é claro, por metro quadrado). Abancamos dando sempre a nossa graça de macho latino e claro sempre com o chamamento de uma boa futebolada. A água está fria, temos que aquecer e nada como um toque de bola para esquentar o sangue.

Tentamos aproveitar dos truques da velha guarda para a aproximação da raça feminina (esforços muitas vezes em vão, mas sempre acompanhados de grandes gargalhadas), com a bola lançada estratégicamente para perto delas. Estamos já quentes e a água convida-nos para um mergulho, mas não um mergulho qualquer, tem que ser aquele mergulho capaz de impressionar gregas e tróianas. Depois do nosso espectáculo desajeitado, estendemo-nos nas toalhas e fazemos o primeiro snack em que tudo é nosso.

O sol queima a nossa pele ao som das leves ondas da região e do “tijolo” que a malta da “Bela Vista” resolveu trazer para ali, claro está que se tornam na risada total. Resolvemos ir dar uma volta e ver o que por ali anda, sempre com a boa disposição do nosso lado. Andamos até que algo “obscuro” nos assuste e nos faça regressar em passo de corrida, sendo que quem fica para trás lixa-se. É hora de mais uns mergulhos enquanto regressamos para perto das nossas coisas.
Chegamos e vemos que cada vez há mais pessoas a cercarem-nos e mais pessoal para uma “peladinha”, entretanto recebo a chamada do costume, onde do outro lado da linha está a mamã “galinha”. As balizas estão livres, dirigimo-nos para o campo, para darmos uns toques e somos desafiados, começamos a perder e a ser alvo de chacota, mas não por muito tempo, pois depois de umas palavras entre nós, organizamo-nos e viramos o resultado ridicularizando os adversários... foi a conquista do dia.

Damos um mergulho, orgulhosos do nosso feito, voltamos para as toalhas e descansamos como reis. O tempo passa rápido e são horas de voltar, arrumamos os pertences e sempre na gargalhada regressamos ao ferry. Hora de ponta para o regresso a Setúbal, mas desta vez o cansaço começa a manifestar-se e fazemos um regresso tranquilo a apreciar o mar e a praia que se afasta. Lentamente dirigimo-nos para o comboio, estamos ainda com tempo, sentamo-nos nos espaços que houverem e reparamos na degradação que existe à nossa volta, mas ao mesmo tempo ignoramos, o comboio chega e nós entramos. Chegamos a casa mas antes combinamos o cafézinho no “usual place”, está calor e nada como beber qualquer coisa numa esplanada. 21:30 e ao sabor de um café ou “sminorff” fazemos o resumo do dia, falamos das trivialidades do costume (filmes, musica, miúdas, mais miúdas e mais uma piada). Somos intocáveis naqueles momentos, como reis num trono, nada nos derruba, foi um espectacular dia de praia.



Para ti “my friend”, uma memória de uma aventura, para que te lembres dos amigos, mesmo longe e claro para te fazer rir quando esta nova etapa da tua vida começar.

Fica bem R. D. Com um grande abraço deste “mano”.


Sem comentários: